Friday 10 July 2009

A vó, o vô e o piá. O tio e o outro vô.

Começamos a percorrer a Transiberiana (porque o trecho São Petersburgo – Moscou não é considerado parte desta ferrovia)! Embarcamos as 13h para uma viagem de 28h dentro do trem. Segue:
Ficamos em uma cabinezinha, com as caminhas, uma em cima e outra embaixo, como no trecho vindo de São Petersburgo, só que desta vez eram quatro camas, assim dividiríamos com mais duas pessoas.
Na verdade, dividimos com mais três: Uma vó, um vô e um piá (ele deve ter uns 5 aninhos). Eles conversaram um pouquinho conosco, mas assim que se deram conta de que a gente não entendia uma palavra do que eles falavam eles desistiram. O que mais me chamou a atenção foi que o piá não parava de comer! Foi pão, iogurte, kiwi, maçã, chocolate, bolacha, e o que mais a vó dele tirasse daquela sacola sem fim dela! Engraçado mesmo. Mas lá pelas tantas eu saquei qual era a estratégia da vó. Quando ela não conseguia mais controlar o piá, e ele não parava quieto, ela colocava ele sentadinho e dava alguma coisa pra ele comer... a gente sabe como as vós são... hehehe... Já o vô, bom, ele não participava muito. Ele ficava sentadinho ali, lendo um livrinho, o engraçado sobre ele é que ele era um cara meio espaçoso, mais porque ele é grandão do que por ser abusado. Bom, depois de um dia inteiro e uma noite inteira na mesma cabine, de manhã cedinho, as 7h (horário de Moscou – porque a esta altura já havíamos cruzado um ou dois fuso-horários), a vó e o piá desembarcaram. Quando o vô ficou pra trás, no trem, a gente se perguntou se ele realmente era o vô ou se ele era só um conhecido da família... Vai saber... Na mesma parada entraram um vô muito mais vô do que o anterior (este agora deveria ter uns 70 anos) e mais três pessoas – carregando as sacolas dele. Vamos chamar agora o vô anterior de tio, e o vô novo de vô. O vô (que acabou de chegar) puxou uma sacola e começou a tirar coisas de dentro. Ele tirou um pão de sanduíche – não fatiado, cortou ele na metade e deu uma parte pra mim (???), eu agradeci e deixei de ladinho, hehe... Depois ele tirou um vidro, desses de conserva, e ele tinha 5 ovos dentro, cozidos, com casca e tudo, que ele foi descascando e comendo no decorrer da viagem. Ele tirou também da sacola (parece que as sacolas por aqui não têm fundo mesmo), duas garrafas de 2,5 litros de água cada, e uma caixinha de suco de tomate. Surgiram ainda um saco de tomates e um saco de bergamotas! Mas o ápice ainda estava por vir: o vô puxou de dentro da sacola um pacote, alguma coisa enrolada em folhas de jornal. Ele foi desenrolando... desenrolando... e não é que surge um frango assado! E assim ele foi curtindo a viagem dele, comendo o franguinho, com pão, ovos e etc... Tinha até um limãozinho pra dar uma temperada, hehehe...
Fora isso, o vô conversava bastante. Aliás, ele só conversava. Ele falava, falava, falava e o tio só ouvia... Não teve jeito dele poder voltar a ler o livrinho dele. Ficamos chateados por não conseguir entender nada do que ele falava, porque ao que parecia ele contava muitas histórias, e gesticulava, e o tio ria... Teria sido tão mais interessante se a gente conseguisse entender os contos dele... Mas, enfim, os Urais, do outro lado da janela, também mereciam nossa atenção.
E assim, 11 horas e 1.816km mais tarde, após cruzarmos a divisa oficial entre Europa e Ásia (tem um obelisco marcando o local), nós chegamos na cidade de Ekaterimburg, a capital da região dos Montes Urais, mas isto já é assunto para o próximo post.


Vista da janela do trem

Corredor do trem.

Escrevendo uns postais pra passar o tempo.


O vô e os mantimentos dele.






7 comments:

  1. hauhauhuahua....eita eu me diverti com esse vo!!! ainda bem que teve o vo na historia pra dar uma distraida neh...rsrsrs.

    ReplyDelete
  2. ta bom demais esse blog!
    bj.

    ReplyDelete
  3. Nossa Tamy, to adorando ler teu blog, deu uma vontade imensa de conhecer esses lugares fantásticos! Boa viagem e nos revemos em POA uma hora dessas! Bjs Ziza

    ReplyDelete
  4. Também gostamos do vô e do desenrolar da galinha... Nos divertimos contigo e sentimos estar do teu lado... Continue com as notícias sempre que puder...
    Beijos grandes,
    Dinda e Ana

    ReplyDelete
  5. Me parece que a tradicional "farofada" existe em todos os lugares hein??? hehehe
    Essa Vó lembra a minha, ela usa a mesma tática até hoje...e funciona!!
    =D

    Beijos queridos!

    ReplyDelete
  6. ashuashaushau
    Ri muito!
    sabe que a bolsa da minha vó também não tinha fim...e até hoje quando ela chega lá em casa desembrulha mil coisas...
    saudades de ti, espero que naquela fotinho tu estivesse escrevendo um postal pra mim!
    Beeeeeeijo

    ReplyDelete
  7. Ceeeerto q eu ia me escalar nas comidas do vozinho!! hehehe

    Beijo Meu

    ReplyDelete