Sunday 30 August 2009

Camboja: Massacres da natureza e do homem.

O Camboja foi uma surpresa de tirar o fôlego! Nossa primeira parada foi a pequena cidade de Siem Reap, que serve de base para quem quer explorar Angkor Wat. Esta foi a capital do antigo Império Khmer, da época do Rei Suryavarman II, do início do século 12.
O lugar é bastante impressionante! Eles têm uma frase lá que diz que o “Homem destrói a natureza para construir e em Angkor Wat a natureza está tomando de volta o que é dela”.



















Depois de Angkor Wat fomos conhecer a capital do Camboja. Aqui nota-se mais claramente as marcas do Khmer Vermelho, partido cambojano que assumiu o governo em 1975 e instalou um regime de terror, massacrando cerca de 2 milhões de pessoas (de um país de 7 milhões de habitantes) até sua queda em 1979.
Seguindo as marcas do regime, fomos conhecer a Tuol Sleng, uma escola que foi transformada em prisão e centro de tortura durante a ditadura do Khmer. Estima-se que entre 17 e 20 mil pessoas foram presas e torturadas neste local, ainda que o número exato seja desconhecido. Entre as vítimas estavam membros do partido oposto, soldados, acadêmicos, doutores, professores, estudantes, monges, etc.





Grande parte dos prisioneiros da Tuol Sleng foram levados para os Killing Fields, um campo de extermínio onde eles eram enterrados em covas com até 450 corpos. Na entrada do local existe um memorial que guarda 9 mil crânios e roupas desenterradas do campo.







Em 1979 o Vietnã invadiu o Camboja e derrubou o Khmer Vermelho. Hoje o país está em paz e procura se recuperar do terror, mas ficam as cicatrizes.

Sunday 23 August 2009

Um Pouquinho de Tailândia

Demos uma passada rápida em Bangkok, capital da Tailândia por dois dias dando início aos trabalhos no Sudeste da Ásia. Começamos visitando o Wat Pho, ou o Templo do Buda Deitado. Impressionante! É um complexo de prédios de arquitetura típica onde encontram-se mais de mil imagens do buda, entre elas uma dele deitado, enorme, medindo 46 metros de comprimento e 15 metros de altura (lembrando que ele está deitado, hehe...). Dentro do complexo também existe uma escola infantil, uma escola de massagem e um monastério.











No mesmo dia fomos conhecer o Grande Palácio que serve de residência oficial dos reis da Tailândia desde o século 18. Trata-se de outro complexo de prédios ricos em decoração e super brilhantes. Um dos pontos mais visitados é o Templo do Buda de Esmeralda (que na verdade é uma estátua do buda feita de jade, coberta também de ouro, de 45 centímetros de altura, no alto de um pedestal, um dos símbolos mais adorados pelo povo tailandês. O Palácio todo foi uma visita super interessante, já que agora os templos tem uma “cara” diferente dos que vimos na China e no Japão.











Voltaremos à Tailândia mais além durante a viagem, para conhecer o sul, as praias, mas por enquanto é só! Estamos seguindo agora para o Camboja!

Megalópoles: Shanghai, Hong Kong e Macau

A chegada em Shanghai foi muito esperada! Nem tanto pela espectativa da cidade, já que não sabíamos muito o que iríamos encontrar, mas pra finalmente colocar os pés em terra firme, fora daquele barco!
A vista da chegada na cidade foi espetacular. Prédios realmente impressionantes, a cidade é muito moderna. Shanghai é a maior cidade da China, e uma das maiores do mundo, com 20 milhões de habitantes e o Porto de Shanghai é, desde 2005 o maior do mundo!



Desembarcamos perto do horário do almoço e demos uma pernada absurda sob um sol de rachar até uma estação de metro pra conseguir ir até o nosso hostel. Aproveitamos o resto do dia pra conhecer a região onde estávamos. No dia seguinte fomos logo cedo conhecer o que tinha pra ser visto na cidade. Fomos ver uns templos e um mercado. Foi interessante ver de perto os mercados chineses e as quinquilharias todas que eles vendem. Os chineses dizem que eles só precisam comprar um produto importado uma única vez, depois disso eles aplicam as habilidades apuradas que eles têm de fazer cópias! Hehehe... São os melhores copiadores do mundo! A gente vai andando pelas ruas e os caras vêm oferecendo: “Copy! Copy! Watch Copy! Glass Copy!” Oferecendo cópias de relógios e óculos de sol de marcas famosas... Também interessante mas frustrante é nos darmos conta de que tudo lá tem dois preços, o preço para os chineses e o preço para os turistas, que pode ser até mesmo 10 vezes maior! Mas ainda assim pode-se encontrar verdadeiras pechinchas em Shanghai.





Depois desta passagem rápida pela cidade, pegamos um trem para Hong Kong. Tá aí um lugar difícil de descrever. Uma cidade em constantes mudanças e fervilhando como não se vê por aí. Infelizmente ficamos pouquíssimo tempo lá. Mas o suficiente para dar uma olhada pelas ruas, achar graça das pessoas tentando vender de tudo, tudo mesmo, desde os mesmos relógios cópia que vimos Shanghai até alfaiates querendo fazer ternos de um dia para o outro. Para os curiosos: Hong Kong, desde 1842 foi uma colônia britânica até que em 1983 foi promovida a Território Independente Britânico e, finalmente, em 1997 foi devolvida para a China. Mas a relação da cidade com o país é complicada. Eles chamam de “Um País, Dois Sistemas”, em que Hong Kong é autônoma em todos os aspectos à exceção de relações exteriores e defesa, que são responsabilidade do governo chinês. Eles têm uma moeda própria, sistema político próprio, e até controle de imigração.









Do ladinho de Hong Kong fica Macau. Da mesma maneira que a vizinha, Macau tem o título de Território de Administração Independente da China. Esta cidade lembra um pouco o Principado de Mônaco, no sul da França e Las Vegas nos EUA. O lugar é riquíssimo, com dezenas de cassinos e hotéis de luxo. Macau foi colônia portuguesa desde o século 16 até ser devolvida à China em 1999, no mesmo sistema de “Um País, Dois Sistemas”, de Hong Kong. A diferença é que no acordo de devolução de Macau foi acertado que a cidade terá administração independente por apenas 50 anos, até 2049, para então voltar a ser integralmente chinesa e Hong Kong não tem prazo. Nós passamos apenas uma tarde em Macau, e foi engraçado ver como as placas nas ruas e os nomes dos estabelecimentos estão todos escritos em português, ainda que a população não fale a língua, que é uma das oficiais da cidade.






Enfrentamos terremoto e tufão e saímos invíctos!

Num dos últimos dias no Japão, estávamos hospedados no 9 andar de um hostel, e dormíamos em um futon (essas camas japonesas que ficam no chão, sobre um tatame). Lá pelas tantas sentimos o chão tremer. O Filipe até disse “Será que foi um terremoto?” Mas eu achei que tinha sido só um trem passando. No dia seguinte vimos a notícia na televisão, um terremoto de grau 6.5 tinha acontecido. Ainda bem que nem nós e nem nossa viagem foram afetados pelo tremor, mas parece que bastante coisa andou desabando por lá. Vários trens e outros serviços estavam suspensos. Nossa sorte foi que na manhã seguinte já pegamos o navio de volta para a China, desembarcando em Shanghai 48 horas mais tarde.
Outro fenômeno natural que passou por nós raspando foi o Tufão Morakotm, que varreu Taiwan e parte sul da China. O efeito que sentimos foi o mar agitado durante nossa viagem de navio do Japão até Shanghai. A embarcação não era muito grande, o que agravou o balanço e o resultado: talvez 90% dos passageiros passaram a viagem praticamente toda vomitando. Era um tal de gente cambaleando pra lá e pra cá carregando saquinhos de vômito que chegava a ser engraçado. Estão aí se perguntando se eu me rendi? A resposta é nããão! Eu venci! Hehehe... Sobrevivi a viagem todinha, invicta! Nem um vomitinho sequer! Isso que eu sou a mais frágil pra essas coisas e qualquer balancinho já enjôo... Mas confesso que passei quase que todas as 48 horas deitada na minha caminha, sem nem sentar, pra não dar chance pro enjôo me pegar, hehe... O Filipe também se sentiu um pouquinho mal, mas segurou as pontas. Ele resolveu foi dar uma subida no deck do barco pra tomar um sol. Mas, sol + vento = vermelhão! Ele levou quase uma semana pra se recuperar do torrão que tomou no sol, mas pelo menos ficou bronzeado, ele diz, hehehe...





Friday 21 August 2009

Japão dos Templos, Jardins e Castelos

Na quarta-feira pegamos um Shinkansen até Kyoto. Os Shinkansen são os trens-bala do Japão, eles começaram a operar em 1964, quando já chegavam a velocidade de 210km/h, em 1996 estes trens já chegavam a velocidade de 443km/h e em 2003 começaram a operar trens que bateram o recorde mundial de 581km/h. Eu não sei exatamente a que velocidade estávamos a caminho de Kyoto, mas que a paisagem passava muito rapidinho pela janela, ah, ela passava!



Próximo a Kyoto, fomos conhecer a cidadezinha de Himeji, famosa pelo castelo mais impressionante do país, o Himeji-jo. Construído em 1533, foi lar de 48 lordes (um de cada vez) e suas famílias. O castelo tem cinco andares de fortificações e mais três andares menores, todo cercado de muros e fossos, realmente impressionante.









Porém, o auge do passeio de Himeji foi o Koko-en, os jardins que ficam ao lado do castelo. Difícil descrever a beleza dos jardins japoneses, cortados por lagos povoados por carpas coloridas, cachoeiras, varandas, caminhos de pedra, lindíssimo. Só vendo mesmo para conseguir sentir o clima... Espero que as fotos consigam mostrar um pouquinho da beleza do lugar:















No dia seguinte fizemos mais um passeio, desta vez até a cidade de Nara, a primeira capital do Japão. O passeio foi por uma área da cidade chamada Nara-Koen, um parque onde vivem cerca de 1200 veados. E eles são tão dóceis que as pessoas alimentam eles, tiram fotos, brincam sem medo ou sem eles fugirem! Eu mesma fiz umas brincadeiras e tirei umas fotos, hehe...





Dentro deste parque fica o Templo Todai-Ji, cujo hall principal é o maior prédio de madeira do mundo! Isso que ele tem hoje apenas dois terços do seu tamanho original... Lá dentro tem uma das maiores estátuas do mundo, um buda de bronze, do ano de 746 com 16m de altura, 437 toneladas de bronze e 130 quilos de ouro!







Finalmente, no último dia em Kyoto, fomos conhecer a cidade. Pra se ter uma idéia da riqueza do lugar, ficam aqui 17 Patrimônios Culturais da UNESCO, mais de 1600 templos budistas, que, dizem, estão entre os mais bonitos do país. O Kiyomizu-Dera, o primeiro que visitamos, foi construído em 798, e fica no meio de uma floresta, no alto de um morro, com uma vista muito bonita da cidade.











Conhecemos também o parque do Palácio Imperial da Cidade, no coração de Kyoto, onde as pessoas vão para caminhar, correr, fazer pic-nics, jogar bola e praticar outros esportes.
Interessantes também são as ruas de Kyoto, estreitas, cheias de casinhas de madeira e lojinhas de souvenir e doces típicos japoneses.





A última parada do Japão foi Osaka, uma cidade grande, comparável a Tóquio, onde passamos a última noite antes de pegar o navio do Japão de volta para a China, desta vez mais ao sul, desembarcando dois dias depois na cidade de Shanghai.