Sunday 11 October 2009

Nepal: O Teto do Mundo

Lá na Argentina, no mirador do Aconcágua, pico mais alto das Américas, tem uma placa que diz que se descartarmos a cadeia do Himalaia, aquela seria, sim, a montanha mais alta do mundo! Eu tentei descobrir a localização do Aconcágua em um ranking das montanhas mais altas do mundo, encontrei uma lista e ele nem mesmo aparece nela, isso porque ao longo da cadeia do Himalaia existe mais de uma centena de montanhas mais altas que o Aconcágua! E não é pouca coisa: Enquanto o Aconcágua mede 6.962m de altura, o Everest, este sim o mais alto do mundo, mede 8.848m, e todas as 100 montanhas que encontrei listadas medem mais de 7.200m. Chega a parecer engraçado comparar o “nosso” Aconcágua com aquelas montanhas daquele lado de lá...
A nossa passagem pelo Nepal, que juntamente com a província do Tibet, na China, são chamados de “O Teto do Mundo”, foi de uma semana apenas, mas conseguimos ver o suficiente por uma vida! Somos, o Filipe e eu, apaixonados por montanhas, elas nos fascinam. Sendo assim, que lugar melhor do que o Himalaia para satisfazer nossa vontade de observá-las?
Desembarcamos em Kathmandu, a capital do país e passamos por ali dois dias, passeando, visitando os templos e bazares e planejando qual a melhor maneira de nos aproximarmos o máximo possível da cadeia.











Descobrimos que, há seis horas de viagem de ônibus da capital fica a cidade de Phokara, de onde poderíamos ver de perto a cadeia do Annapurna (Annapurna I 8.091m, Annapurna II 7.939, Annapurna III 7.555m, Annapurna IV 7.525, Machhapuchhre 6.997m e Hiunchuli 6.441m). A cidade por si só já é um passeio super agradável. Ficamos no primeiro dia sentados à beira do Lago Seti tentando enxergar alguma montanha ao fundo, mas as nuvens teimaram em não ir embora (também descobrimos mais tarde que as montanhas ficava pro outro lado... hehehe).











Na manhã seguinte acertamos com um taxista de pegarmos a estrada às 5h para subir até a vila de Sarangkot, no topo de um morro e de lá assistirmos de camarote o sol nascer sobre a cadeia.



Foi um espetáculo que aplaudimos de pé! Sensacional! As fotos refletem pouco da beleza e exuberância que tivemos a oportunidade de ver de perto. Realmente de tirar o fôlego e não consigo achar mais palavras para descrever uma experiência que ficará pra sempre marcada em nossas memórias!









De volta a Kathmandu, ainda sedentos pelas montanhas descobrimos uma outra maneira de observá-las de perto. Compramos passagens para um vôo de 1h de duração, em um aviãozinho bimotor (dezesseis passageiros em duas filas de 8, todos sentadinhos nas janelas do que mais parecia uma van com asas!). Decolamos às 7h, logo depois do nascer do sol e voamos em direção ao gigante de todas as montanhas. A aeromoça foi ótima, ela ia passando, passageiro por passageiro e apontando pela janela as montanhas e as descrevendo (altitude, um pouquinho da história e curiosidades).















Nem preciso dizer que os queixos caíram ao avistarmos o Everest, com seus imponentes 8.848m de altitude, ao longe no horizonte... As montanhas do Himalaia são todas enormes, grande parte acima dos 8.000m de altura, mas quando se olha para o Everest, as demais parecem marolas naquele mar de pedra e gelo, e lá vem o tsunami!



Mesmo depois de décadas de tentativas, a primeira expedição a alcançar o cume do Everest aconteceu apenas em 1953, e a primeira ascenção sem auxílio de oxigênio em 1978. A mais jovem pessoa a escalar o pico foi a menina sherpa (nativa local) de 15 anos, Ming Kipa, e o mais velho, Min Bahadur Sherchan, de 76 anos. Apa Sherpa, outro nativo, foi a pessoa que alcançou o pico mais vezes, 19 até maio deste ano. Até o final de 2008, cerca de 2.700 pessoas já alcançaram o topo do Everest (muitas delas por mais de uma vez), e já morreram na montanha por volta de 210 pessoas.
Alguns turistas não tão experientes contentam-se a fazer um trekking até o Campo Base da montanha apenas. Chegamos a cogitar esta possibilidade que imediatamente descartamos ao descobrir que a caminhada leva de 15 a 21 dias! É só para os que já têm um mínimo de experiência, quem sabe um dia...
E foi aqui que terminou nossa aventura pela Ásia. Com certeza ficou muita coisa por ver, muita coisa que merecia um pouco mais de atenção, mas estamos muito satisfeitos com nossa primeira abordagem ao continente, quem sabe um dia nos aprofundaremos um pouco mais. Mas isso fica para um próximo blog, hehehe...
O plano agora é fazer um rápido pit-stop no Brasil e já seguir na estrada (desta vez literalmente, de carro) pela nossa América do Sul, mais uma terra fascinante, cheia de maravilhas e surpresas a serem descobertas! E lá vamos nós!

Monday 5 October 2009

Índia: do Maravilhoso Taj Mahal à Caótica Nova Délhi.

“O mais extravagante monumento já construído por amor”.
“Uma lágrima na face da eternidade”. (Rabindranath Tagore – Poeta Indiano)
“A materialização de todas as coisas que são puras”. (Rudyard Kipling – Escritor Inglês)



Assim algumas pessoas descrevem o Taj Mahal, na Índia, ao longo dos anos. O lugar é realmente impressionante, enorme, todinho construído em mármore branco, com aplicações em pedras, é realmente de tirar o fôlego! Pra quem, como eu, não sabia exatamente pra que serve a construção, aí vai um breve histórico: O Taj Mahal foi construído entre 1632 e 1653 pelo imperador Shah Jahan para servir de mausoléu da sua mais amada esposa, Mumtaz Mahal, que faleceu no parto do seu décimo quarto filho, em 1631. O imperador amava tanto Mumtaz que diz a lenda que seus cabelos ficaram brancos da noite para o dia na ocasião de sua morte.



Dizem, ainda, que o objetivo de Shah Jahan era construir, na margem oposta do rio Yamuna, uma réplica do Taj Mahal, desta vez em mármore preto, criando uma imagem espelhada em negativo, para servir de mausoléu para ele mesmo. No entanto, ao ficar sabendo dos seus planos, o filho do imperador, Aurangzeb, depôs seu pai do trono e o prendeu no forte de Agra, de onde ele admirou sua criação por uma janelinha durante os próximos treze anos, até a sua morte. Shah Jahan foi então enterrado ao lado de sua amada, dentro do templo branco.






Enfim, o Taj Mahal é sim uma das grandes maravilhas do mundo moderno!
Mas como tudo neste mundo... Sempre existe o outro lado, e na Índia o outro lado é bem marcante. Eu não assisti esta novela aí que andou passando no Brasil, mas pelo que contam, me parece que eles distorceram um pouco a realidade do país. Ou talvez tenha sido eu que não conheci essa parte da Índia que eles mostraram. A Índia que eu conheci é bastante caótica, suja, difícil descrever...



Pra quem acha que é lenda, o lance das vacas é sim verdade. Elas são sagradas e se sentem as “donas do campinho”! Elas estão por tudo! Nas ruas, nas calçadas, deitadas na frente da porta do hotel... Ó elas aí!



Não só as vacas que são donas do terreno por lá. Os macacos também não ficam pra trás... O problema é que às vezes eles ficam meio agressivos. Este da foto estava tentando roubar comida de um cara em plena estação de trem. O melhor é a cara deles (do homem e do macaco), cada um mais valente que o outro, hehehe...



O que impressiona também é a diferença nos costumes. Na Índia as pessoas comem com as mãos! Ela vão pegando um montinho de arroz, passam no curry pra dar uma molhadinha e um gostinho e colocam na boca. Assim, terminada a refeição elas lambem os dedos, limpam nas roupas e seguem o que estavam fazendo antes...



Também foi bem interessante andar de trem pelo país. A gente se surpreende a cada momento... O comportamento dos indianos é mesmo engraçado. Mesmo com assentos sobrando, as pessoas querem é deitar, então elas vão se acomodando por onde dá... Deitados nos assentos, no chão entre os bancos, no corredor dos trens... Assim, com a maior naturalidade.



A próxima parada é o Nepal. Vamos conhecer o “Teto do Mundo”! As montanhas mais altas do planeta! Em breve!